Só os mais néscios poderiam acreditar que Sócras poderia mesmo criar os 150.000 empregos que prometera. Não sendo o governo a Santa Casa da Misericórdia, Sócras apenas pretendia animar as hostes para começar a esgravatar à procura de um desses imaginários 150.000 lugares. Se o desemprego não baixasse, ninguém poderia criticar o homem, que até tinha tentado e tudo, num momento de crise. Se a malta se fartasse e começasse a imigrar, era ver os números do desemprego começarem a baixar, para gáudio deste génio político.Tendo também prometido na campanha eleitoral que não iria subir os impostos, uma vez mais recorreu ao engenho para mostrar que tinha razão. 21% de IVA é muito? Na Suécia, país modelo, é de 25%. Faltou ao prometido? Oh, então não se estava mesmo a ver que o homem estava a brincar? Que povo sem ponta de sentido de humor...
Já da idade da reforma em que não iria mexer, e que aumentou em dez anos para a função pública, Sócras só o fez para poder trabalhar mais tempo em prol de Portugal. Muito obrigado, senhor "engenheiro" wink, wink ;)
Por falar em engenharia, este nobre senhor, oriundo dos arredores de Vila Real, apenas insistiu que o tratassem por engenheiro (o que levou a que aquele malandreco do Mário Lino o gozasse) porque não queria que o povo português se visse ferido na sua auto-estima pelo facto do seu governante ter tido um passado académico manhoso. Ó sr. primeiro ministro, não precisava. Políticos manhosos é o que mais há. A malta até já está habituada...
Ainda para aumentar a auto-estima dos portugueses, gastou balúrdios e teve honras de tempo-de-antena em todas a televisões nacionais para nos vender um computador - o "Magalhães" - que,
- apesar de português só ter o nome
- apesar de terem ficado muito aquém dos números previstos (500.000)
- apesar de ter dado o exclusivo (alegadamente manhoso, mas só alegadamente) a apenas uma empresa matosinhense actualmente sob investigação da PJ
- apesar de nas escolas haver miúdos que passam fome e professores que nunca mexeram num computador
- apesar de ter sido promovido pessoalmente por Sócras numa cimeira internacional, ao invés de discutir política a sério.
nos vendeu a imagem de um portugal moderno, inovador e empreendedor, ainda que só a brincar (milagres é em Fátima, e é preciso lá ir de joelhos). Sócras inovou também aí.
Quem critica Sócras esquece-se que nunca antes tínhamos tido um governante com os tomates para declarar um "Portugal imune à crise", quando a mesma já minava o país de lés-a-lés. Pois é, todos os outros são uns meninos.
Quem mais teria tomates para fumar à má-fila num voo, depois de impingir a proibição de fumar em espaços fechados ("desconhecia a lei", disse)? Quem, quem? Entao, não há homens? Pois, logo vimos...
Quem mais teria coragem de afirmar a pés juntos que não tinha tido nenhuma reunião sobre o Freeport, mas que depois não se lembrava direito, e depois já tinha tido uma reunião com alguém mas que não conheceria na rua se o visse?
Quem mais levou 120.000 professores portugueses a sair à rua em manifesto a Lisboa? Pois...é que nem no 25 de Abril de 1974!
Nem o Santana Lopes, gémeo univitelino de Sócras, conseguiria num dia dizer que não sabia nada do negócio PT/TVI, e no outro vetar o mesmo. Qual mentira, qual carapuça! É estratégia, essa é que é essa. Até a tia Manela disse que foi extraordinário!
Não é justo chamar mentiroso a semelhante visionário e impulsionador da inovação e criatividade na política. Ele é o verdadeiro feiticeiro de Oz. Não é preciso saber magia. Basta convencer uns papalvos que tudo fica resolvido com duas de treta, uns sorrisos e quiçá uns diplomas aqui e ali. O que é porreiro, pá!
Socrates oferece um diploma da Independente ao espantalho, ao abrigo do "Novas Oportunidades":"Não te rales, tenho um saco destes na cave"
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Toca a mandar bitaites! Mas com higiene...