quarta-feira, 12 de agosto de 2009

"Ei, você aí, me dá um visto aí, me dá um visto aí..."

Um processo que liga o FCP a mais um caso de corrupção, está quase concluído, nomeadamente, a legalização ilícita de jogadores estrangeiros do FCP e suas famílias, bem como de trabalhadoras da noite e similares por um funcionário corrupto do SEF, José Bessa. Evidentemente, Pinto da Costa não deve conhecer esta marosca e, como fervoroso católico que é, deve achar que as legalizações-relâmpago eram obra e graça do Espírito-Santo (ou outro banco qualquer). Os representantes do FCP faziam pedidos sob a forma de "jeitinhos" e "favorzinhos" - que gente mais delicada, esta - e a legalização acontecia, a troco de uns bilhetes, umas camisolas e outras coisas que tais.

"Isto está cada vez mais fácil. Deve ser do treino que tenho tido, penso eu de que..."

Entre os jogadores ilegalmente legalizados (bonito, ah?) contam-se Ibson, Alan, Bruno Moraes, Leandro Silva, Leandro do Bonfim, Cleberson e Cláudio ‘Pitbull’. A ser só por estes, mais valia que o FCP estivesse quietinho e fosse buscar uns jogadores ao Salgueiros, e só tinha que ter pago uns finos e uns tremoços ao porteiro do Vidal Pinheiro.

Todo o processo, que envolve 14 arguidos - incluindo cinco inspectores do SEF, quatro dos quais condenados a penas, suspensas claro está - baseou-se em escutas telefónicas, nas quais se provou ter havido corrupção dos serviços públicos, falsificação de documentos, falsificação de contratos de trabalho através de empresas fictícias ou casamentos arranjados, em troca de dinheiro. O inspector José Bessa ‘agilizava’ ainda processos de legalização em troca de favores sexuais das cidadãs ilegais. Há que inspeccionar tudo, compreende-se.

Estima-se que entre 2001 e 2006 mais de 250 imigrantes, oriundos na sua maioria do Brasil e países do Leste, conseguiram obter autorização de permanência no País através deste esquema. O mais certo é que a maior parte tenha entretanto imigrado para o Edifício Mantas, em Vila Real.

O SEF colaborou nas investigações. José Bessa foi imediatamente suspenso de funções e alvo de um processo disciplinar que entretanto ficou à espera de decisão judicial. No entanto, há cerca de um ano, fintou toda a gente e reformou-se (já agora, que competente funcionário da Segurança Social facilitou tão rápido pedido de reforma?) e cortou qualquer ligação ao serviço. Foi agora condenado a pena suspensa. Ou seja: gamou, aldrabou, ganhou por fora, comeu brasileiras, ucranianas e cães-e-gatos-e-mais-o-que-lhe-valesse, mitrou umas camisolas e bilhetes e agora vai gozar uma reformita de Inspector de Polícia, nos conformes. Ah, campeão!

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Toca a mandar bitaites! Mas com higiene...